Já aconteceu com você de terminar uma série e ficar meio… estranho? Um sentimento ruim, um vazio no peito que rasga, como se algo importante tivesse acabado. Dá até vontade de chorar e ficar olhando pro nada, pensando nos personagens, na história, naquele mundo que simplesmente não existe mais. Pois é. Comigo isso acontece direto, e por muito tempo eu achei que era exagero meu.
Mas a verdade é que isso é muito mais comum do que parece.
E quanto mais a gente se envolve com a história, pior ou melhor, dependendo do ponto de vista fica quando tudo acaba
A gente não só assiste, a gente vive a história
Quando uma série ou filme é bem feito, não dá pra assistir de longe, como quem só observa Aos poucos, sem perceber, a gente começa a se colocar no lugar do personagem.
Você não está só vendo alguém sofrer, amar, errar ou vencer.Você sente junto.
Se o personagem perde alguém, dói.
Se ele se apaixona, a gente se anima.
Se ele vence no final, dá aquela sensação boa, quase como se fosse uma conquista nossa também.
Mesmo sabendo que aquilo é ficção, o cérebro não liga muito pra esse detalhe. Emoção é emoção, seja real ou inventada e o mesmo vale na vida real.
Os personagens viram quase pessoas reais
Depois de alguns episódios ou horas de maratona, aqueles personagens começam a fazer parte da nossa rotina. Parece estranho falar assim, mas é exatamente isso.
Nós passamos dias, às vezes semanas:
• Acompanhando a vida deles
• Entendendo as escolhas
• Criando carinho ou até raiva
• Torcendo ou defendendo
De certa forma, eles viram uma companhia emocional.
É como se fossem pessoas que você “encontra” sempre naquele horário pra escapar um pouco da realidade.
E quando tudo acaba… essa companhia some e você fica sozinho de novo.
O tal sentimento de “acabou” não é só frescura
Quando a série termina de vez, não é só a história que acaba. O que acaba também é:
• A expectativa do próximo episódio
• O hábito de acompanhar aquele universo
• A sensação de pertencimento
Por isso bate aquele sentimento ruim, difícil de explicar. Não é exatamente tristeza, mas também não é indiferença. É como se faltasse alguma coisa.
Estava pesquisando a respeito e descobri que algumas pessoas chamam isso de tristeza pós-série, e faz todo sentido. É quase um mini luto. Não porque algo real morreu, mas porque algo que fazia parte do seu dia simplesmente não existe mais.
Quanto mais intensa a história, maior o impacto
Nem toda série ou filme causa isso. Normalmente acontece quando:
• A gente maratona tudo muito rápido
• A história mexe com coisas pessoais da nossa vida
• O personagem passa por situações que a gente se identifica
• O final é definitivo, sem continuação
Quando a gente se vê refletido ali, mesmo que só um pouco, o impacto é muito maior.
Às vezes o personagem vive algo que a gente gostaria de viver.
Às vezes ele enfrenta algo que a gente também enfrenta.
E às vezes ele representa uma versão nossa que nunca existiu.
Tudo isso cria um laço emocional forte.
O cérebro entra no “modo automático” da emoção
O mais curioso é que o cérebro não separa tão bem o que é real do que é vivido emocionalmente. Quando a história é boa, ele entra no modo automático: sente, reage, cria empatia.
Por isso:
• A gente chora por alguém que não existe
• Fica com raiva de personagens
• Sente saudade de um universo fictício
Quando termina, o cérebro sente falta daquele estímulo. É como se tivesse um silêncio depois de muito barulho emocional.
E tá tudo bem sentir isso
Sentir esse vazio não é sinal de fraqueza, nem de ilusão, nem de que a pessoa vive no mundo da lua. Pelo contrário.
Isso mostra que você:
• Tem empatia
• Se conecta com histórias
• Consegue se envolver emocionalmente
Histórias sempre foram uma forma de a humanidade entender o mundo, desde antes do cinema e das séries existirem.
O problema não é sentir. O problema seria não sentir nada. Mesmo que isso machuque profundamente
No fim das contas…
Quando uma série ou filme acaba e deixa aquele gosto estranho, não é porque você “se apegou demais”. É porque, por um tempo, aquilo fez parte de você.
Nada pode substituir um sentimento, mas tentamos algo para preencher aquele espaço que ficou.
Se você já sentiu isso, saiba que não está sozinho. Muita gente sente, só não fala. E talvez esse seja o poder mais bonito: elas acabam, mas deixam algo com a gente
E às vezes, mesmo depois do “fim”, continuam vivendo dentro da gente por um bom tempo. 💔